sexta-feira, 19 de julho de 2013

Setor elétrico perde R$ 37,2 bi em valor de mercado

Além de afetar as empresas, situação do setor elétrico já é analisada com cautela no exterior




por: RODRIGO PETRY - O Estado de S.Paulo

As 34 empresas do setor elétrico listadas em Bolsa perderam nos últimos quatro meses R$ 37,23 bilhões em valor de mercado desde o anúncio por parte do governo de redução das tarifas de energia. O levantamento elaborado pela empresa de dados financeiros Economatica contempla o período de 6 de setembro a 10 de janeiro, quando o valor de mercado dessas companhias recuou de R$ 206,4 bilhões para R$ 169,17 bilhões, o equivalente a uma queda de 18,03%.



Segundo o estudo, a Cemig foi a empresa que mais perdeu valor de mercado, somando R$ 9,854 bilhões. Na sequência estão Eletrobras (R$ 9,315 bilhões), Cesp (R$ 4,159 bilhões), CPFL Energia (R$ 2,367 bilhões), AES Tietê (R$ 2,199 bilhões), Copel (R$ 1,740 bilhão), Transmissão Paulista (R$ 1,319 bilhão) e Eletropaulo (R$ 1,230 bilhão).

Em termos porcentuais, a companhia mais atingida foi a Eletrobras, com redução de 48,4% de seu valor de mercado entre 6 de setembro e 10 de janeiro. Em seguida estão Afluente (-48,15%), Cesp (-41,4%), Cemig (-34,6%), Eletropaulo (-33,4%), Emae (-33,3%), Cosern (-31,1%), Ceee-Gt (-30,8%) e AES Tietê (-22%).

Já das 34 empresas analisadas dez delas têm valor de mercado inferior ao seu patrimônio liquido, das quais a Eletrobras é a que apresenta a menor relação, de 12,45%. O valor de mercado da Eletrobras ontem era de R$ 9,9 bilhões ante um patrimônio líquido de R$ 79,58 bilhões. De forma consolidada, segundo a Economatica, este indicador atinge 94,22%, o que "significa que o mercado está pagando pelas empresas do setor de energia elétrica 5,78% a menos do que elas valem".

Cautela. Os analistas estrangeiros observam com cautela o cenário elétrico do Brasil. Apesar de reconhecer que o nível dos reservatórios está baixo e que o clima seco não tem ajudado a energia hidrelétrica, analistas avaliam que o quadro ainda não é dos piores. A chance de racionamento elétrico não é a mais provável. O argumento no exterior é que, ao contrário do que aconteceu em 2001, o Brasil ainda tem opções para evitar um racionamento. Entre as alternativas, estão desde a simples espera por chuvas mais fortes até o uso mais intenso das termelétricas.

Para o diretor em Nova York de Mercados Emergentes da Nomura Securities, Tony Volpon, o questionamento que surge é novamente as limitações para um crescimento maior do País. "Se com um crescimento baixo, de 1%, 2% tem esse problema de oferta de energia, imagina se o País tivesse crescendo 4%, 5%", diz.

O banco francês BNP Paribas fez uma análise detalhada do setor elétrico. A avaliação é que "ainda não há motivo para pânico". Mesmo que os reservatórios estejam baixos, a equipe do banco diz que o País criou nos últimos anos algumas rotas de fuga para evitar o racionamento, como as novas usinas que começarão a operar e o aumento do parque térmico. O banco diz que o País tem alternativas para evitar o pior. / COLABORARAM FERNANDO NAKAGAWA e ALTAMIRO SILVA JÚNIOR.

fonte: estadao

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