Abinee fica temerosa quanto ao prazo de entrega dos fabricantes
E com esse sinal de investimento, a expectativa é de um crescimento da indústria nacional mais maduro, com perspectivas a longo prazo. “Essa contratação dos leilões, reverteu totalmente o sinal de investimento. Hoje, o Brasil é o melhor lugar de investimento para os fabricantes. Depois do sinal do leilão, os que estavam em dúvida tomaram a decisão de investir”, contou a executiva, relacionando ao caso da Vestas, empresa que estava ainda indecisa com o mercado brasileiro.
A Wobben, das primeiras empresas do setor a se instalar no País, também comemora os resultados de 2013, que servirão para consolidar ainda mais os investimentos pretendidos pela companhia. “Agora temos uma boa perspectiva. Para futuro, o que temos hoje em instalações atende o que temos contratado. Estávamos com capacidade produtiva maior do que os projetos, mas isso, hoje, já está mais ajustado”, contou Eduardo Lopes, diretor da empresa.
Sinal diferente
Apesar do bom resultado, e do entusiasmo do setor, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica (Abinee) vê com preocupação a capacidade de entrega da indústria para os novos empreendimentos. “É um quadro que me preocupa para encomendas para indústria. “O quadro da indústria de geração é pernicioso, porque está concentrando tudo em eólica, onde eu tenho problemas industriais para atendimento, tenho preços que não dão bons retornos”, explicou o diretor de GTD da associação, Newton Duarte.
Para ele, há acúmulos de projetos para uma indústria ainda em formação. E apesar de algumas já estarem mais consolidadas no País, a capacidade produtiva ainda não é grande.
A presidente executiva da Abeeólica, discorda da posição de Newton Duarte e revela, que apesar do prazo desafiador para os projetos contratados nos leilões de reserva e no A-3 deste ano, cujos empreendimentos devem iniciar o suprimento de energia, respectivamente, 1º de setembro de 2015 e 1º de janeiro de 2016, as fabricantes não foram imprudentes com sua capacidade de fabricação.
“O nós percebemos é o leilão A-3, que aconteceu em novembro, onde vendemos 860 MW, a indústria vendeu aquilo que ela poderia entregar, porque a demanda do leilão foi muito maior e, se tivéssemos máquinas, teríamos vendido mais. Embora o prazo seja desafiador, de dois anos, ele não é um entrave, porque quem vendeu no leilão já vendeu com um contrato com o fabricante, o qual já vendeu sabendo a capacidade de entrega”, disse Elbia Melo.
fonte: jornaldaenergia