quarta-feira, 27 de novembro de 2013

WWF critica Tolmasquim ~ JNG Materiais Elétricos

Presidente da EPE teria defendido redução do Parque Nacional da Juruena para a instalação de duas UHEs


A organização não-governamental (ONG) WWF Brasil fez severas críticas ao presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, por declarações recentes no qual ele teria afirmado sobre a necessidade de se reduzir o o Parque Nacional do Juruena (MT/AM) para a construção das usinas hidrelétricas São Simão Alto (3509MW) e Salto Augusto Baixo (1461MW).

Em nota intitulada "Juruena não pode pagar a conta da geração de energia", a ONG afirmou que as declarações do presidente da EPE causaram "surpresa". "Está claro que o possível sacrifício de um patrimônio de todos os brasileiros foi comunicado unilateralmente pelo setor elétrico, sem um debate amplo e democrático sobre alternativas de locais para os empreendimentos, de fontes variadas para a geração de energia, quanto aos impactos na área protegida e nas comunidades em seu entorno", diz o documento.

De acordo com a WWF, os reservatórios dos empreendimentos - que estão inseridos no âmbito da segunda etapa do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC 2) - inundariam 40 mil hectares no Parque Nacional do Jueruena, nos parques estaduais Igarapés do Juruena e Sucunduri, nas terras indígenas Escondido, dos Apiakás do Pontal e de nativos isolados. A ONG quantifica ainda 42 espécies de animais ameaçadas, além da inviabilização de processos ecológicos vitais para peixes migratórios. ". Como se vê, a região tem alta complexidade socioambiental e de licenciamento, e não baixa como alega a EPE".

Em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada no início de novembro, Tolmasquim teria afirmado que “no Juruena existem unidades de conservação que precisam ser desafetadas”. O rio Juruena é um afluente do Tapajós, outro rio da região amazônica no qual o governo pretende instalar um complexo hidrelétrico composto por cinco usinas. Polêmico, esse conjunto de usinas é alvo frequente de polêmica entre ambientalistas, povos indígenas, Justiça e governo.

"Infelizmente, a ameaça sobre o Parque Nacional do Juruena está associada a uma lógica perversa que tenta enfraquecer e transformar o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) em vítima frente a modelos antigos de desenvolvimento. Projetos no Congresso Nacional propõem a redução, a mudança de status ou a desafetação de 11 unidades de conservação na Amazônia, somando 50 mil quilômetros quadrados. O país já perdeu mais de 45 mil quilômetros quadrados de área protegida nos últimos 30 anos. A tendência é de acirramento dessas pressões, bem como do desmatamento da Amazônia e da emissão de gases que ampliam o aquecimento global", diz a entidade.

Para finalizar, a entidade propõe que o assunto seja ao menos alvo de consultas públicas e estudos técnicos.

fonte: jornaldaenergia *todos os direitos reservados*
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